quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Quem traz a Verdade?


QUANDO comecei a pensar por mim mesmo, o que aconteceu há alguns anos atrás, encontrei-me em revolta. Não me sentia satisfeito com ensinamento algum, nem nenhuma autoridade. Quis verificar por mim mesmo o que o Instrutor do Mundo para mim significava e o que de Verdade se encontrava por detrás da forma do Instrutor do Mundo. Antes de começar a pensar por mim mesmo, antes de possuir essa capacidade, dei por entendido que eu, Krishnamurti, era o veículo do Instrutor do Mundo, pois que muita gente sustentava isso. Quando, porém, comecei a pensar, quis descobrir o que se entendia pelo Instrutor do Mundo, o que se entendia pela tomada de um veículo por parte do Instrutor do Mundo e o que se entendia pela sua manifestação no mundo.
Vou ser propositalmente vago, pois, ainda que mui facilmente pudesse definir as coisas com precisão, não é minha intenção o fazê-lo. Pois, uma vez que tenhais definido uma coisa, ela se torna morta. Se definirdes uma coisa – pelo menos é isto que eu sustento –  tentais dar-lhe uma interpretação que, na mente dos outros, tornará uma forma definida e daí, eles serão colhidos por essa forma da qual por si próprios terão que libertar-se.
O que vos vou referir não é oriundo de autoridade e não tendes que obedecer e sim que compreender. Não é uma questão de autoridade nem se trata de linhas estabelecidas que tenhais de seguir cegamente - e isto é o que a maioria dentre vós querem. Desejais que eu estabeleça a lei, quereis que eu diga: eu sou isto - e aquilo; afim de que possais replicar: muito bem, nós trabalharemos por vós. Não é esta a razão que me leva a explicar-vos, porém sim a de que possais compreender-vos uns aos outros e para que uns aos outros vos possais auxiliar. Quisera fazer vos enxergar agora aquilo que por vós mesmos podereis ver, talvez nesta vida, talvez em alguma vida futura.
Quando, no entanto, eu era rapazinho costumava ver Shri Krishna, com a flauta, tal como é desenhado pelos hindus, pois que minha mãe era devota de Shri Krishna. Costumava ela falar-me acerca de Shri Krishna e daí criei em minha inteligência uma imagem de Shri Krishna, com a flauta, com toda a devoção, todo o amor, todos os cânticos e todo o deleite que lhe são próprios - não podeis fazer idéia que coisa formidável isto é para os rapazes e moças da Índia. Quando, crescendo em idade, encontrei o Bispo Leadbeater e a Sociedade Teosófica, comecei a ver o Mestre K. H. – ainda uma vez na forma que era colocada diante de mim, a realidade sob o ponto de vista deles - e desde então, o Mestre K. H. era para mim a finalidade. Mais tarde ainda e a medida que ia crescendo, comecei a ver o Senhor Maitreya. Foi isto ha dois anos e via-o constantemente na forma que perante mim era colocada.
Faço-vos esta narrativa não para obter autoridade nem para criar uma crença, porém apenas com o fim de fortificar as vossas próprias crenças, as vossas esperanças, as vossas mentes e os vossos corações. Foi para mim uma luta constante para encontrar a verdade, pois que não me sentia satisfeito com a autoridade de outrem, ou pela imposição de outrem, ou com o estimulo de outrem. Quis por mim próprio, descobrir e, naturalmente, tive que passar por sofrimentos para achar o que buscava. Ultimamente tem sido o senhor Buda a quem tenho visto e tem sido meu deleite e minha glória o estar com ele.
Tem-me sido perguntado o que entendo pelo “Bem Amado”. Dar-vos-ei um significado, uma explicação que interpretareis como vos aprouver. Para mim, é tudo – é Shri Krishna, é o Mestre K. H., é o Senhor Maitreya, é o Buda e, no entanto, está para além de todas essas formas. Que importa o nome que lhe derdes? Lutais pelo Instrutor do Mundo, por um nome? O mundo nada sabe acerca do Instrutor; alguns dentre nós, individualmente, sabem; alguns acreditam por autoridade; outros têm sua própria experiência e conhecimento próprio. Isto, porém, é coisa individual e não um assunto acerca do qual o mundo se preocupe. O que vos perturba é o saberdes se existe uma pessoa tal como o Instrutor do Mundo que se haja manifestado no corpo de certa outra pessoa, isto é, Krishnamurti; porém, no mundo, ninguém se incomodará com este assunto. Podereis, assim, verificar qual o meu ponto de vista quando, vos falo do meu Bem Amado. É uma coisa deplorável o ter que explicar, porém devo fazê-lo. Desejo ser tão vago quanto possível e espero poder alcançá-lo. Meu Amado é os céus abertos, a flor, todo o ser humano.
Disse a mim próprio: enquanto não me unificar com todos os Instrutores, que eles sejam os mesmos, é coisa que não têm importância se Shri Krishna, Cristo, o Senhor Maitreya são uma só pessoa, e coisa também sem grande conseqüência. Disse a mim mesmo: enquanto eu os vir no exterior, como em um quadro, uma coisa objetiva, estou separado, estou afastado do centro; quando, porém, tiver a capacidade, a força, quando, tiver determinação, quando estiver purificado, e enobrecido, então essa barreira, essa separação desaparecerá. Não fiquei satisfeito enquanto esta barreira não foi despedaçada, enquanto a separação não foi destruída. Enquanto não fui capaz de asseverar com certeza, sem nenhum excitamento indébito ou qualquer exagero no sentido de convencer os outros que era uno com o meu Amado, nunca falei. Falei de vagas generalidades, que todos precisavam ouvir. Nunca disse: Eu sou o Instrutor do Mundo; agora, porém, que sinto que sou uno com o Bem Amado, eu o digo, não a fim de vos impor minha autoridade, ou para vos convencer de minha grandeza ou da grandeza do Instrutor do Mundo, nem mesmo da beleza da vida ou da simplicidade de vida, mas simplesmente para despertar o desejo em vossos corações e em vossas mentes de buscardes a Verdade. Se eu vos disser, e é o que faço, que sou uno com o Bem Amado é porque o sinto e o sei. Achei aquilo porque anelava, tornei-me unido, de modo que de hoje em diante não haverá separação, porque os meus pensamentos, desejos e anelos – os do ser individual - ficaram destruídos.
Daí estar eu capacitado para vos dizer que sou uno com o Bem Amado – quer o interpreteis como sendo o Buda, o Senhor Maitreya, Shri Krishna, o Cristo, ou qualquer outro nome.
Durante dezesseis anos haveis adorado uma figura que não falava, que haveis interpretado como vos aprouve, que vos inspirou, que vos deu tranqüilidade, que vos deu inspiração em momentos de desanimo. Haveis sido capazes de vos agarrar a essa figura, porque ela não falava, não estava viva, nada havia que manter vivo; porém agora que a figura que haveis adorado, que por vós próprios haveis criado, que vos inspirou, se torna viva e fala, dizeis: Estará correta esta figura que adorei? Poderá ela falar? Tem ela autoridade, qualquer que seja? Tem poder para, representar o Instrutor do Mundo? Tem a magnitude de sua sabedoria, a grandeza de sua compaixão, plenamente desenvolvidas, e podem ser manifestadas em um individuo? Naturalmente, estas perguntas, vós as tendes que solucionar por vós mesmos. Lembrais-vos da bem conhecida historia de Dostoiewsky na qual o Cristo, reapareceu? Ele, estava pregando e foi por último a Roma, e o Papa convidou-o a uma entrevista e, em segredo, caiu de joelhos, cultuou-o e adorou-o, porém manteve-o prisioneiro. Disse-lhe ele: "Nós vos adoramos em segredo; admitimos que sois o Cristo; porém, si fordes lá para fora causareis muita desordem; criareis duvidas, quando nós nos esforçamos por cancelá-las".
Agora esta figura começa a tornar-se viva – e nada podeis ter de real, nada de verdadeiro, que não seja vivo. – Podeis adorar uma arvore no inverno, porém ela se tornará muito mais bela na primavera, quando os botões, quando as abelhas e os pássaros, quando todos os mundos começam a reviver. Durante os anos de inverno haveis estado silenciosos nada perguntando a vós próprios; agora, porém, tendes que por vós próprios decidir o que tudo isto significa.
Dantes, era fácil dizer que esperáveis por um Instrutor do Mundo e isso significava mui pouco; agora, porém, estais face a face com o problema desse quadro que vem á existência. Se haveis de continuar incessantemente a cultuar uma simples figura ou se haveis de cultuar a realidade desse quadro é coisa que, naturalmente, vos é deixada individualmente, a resolver. Por favor, porém, não tenteis usar de vossa autoridade para persuadir a outrem, assim como eu não uso da minha para convencer-vos da verdade de estar viva essa figura. Para mim ela está viva. Posto que costumasse cultuar esse quadro, não estava satisfeito: com a mera adoração. Quis buscar, passar além da moldura dessa figura, olhar através dos olhos, pensar através da mente, sentir através do coração, dessa figura. Não estava satisfeito e, por causa de minha insatisfação, por causa do meu descontentamento, por causa de minhas tristezas, tornei-me capaz de identificar-me a mim mesmo com o quadro e, daí, ser eu o quadro.
Nada há de mui complicado acerca disto, nada de muito misterioso, nada que cause excitação a fim de convencer a outros. E quando tendes o desejo de vos submeter a alguma autoridade que sois despedaçados – e mui justificadamente, – pois que a autoridade varia de dia para dia. Um dia será uma pessoa, outro dia será outra, e ai do homem que se ligar a qualquer delas ou a todas. E esta, exatamente, a coisa que não deveis possuir e é isto que vos esforçais para produzir. Quereis uma autoridade que vos dê coragem, que vos faça desenvolver mais plenamente; porém nenhuma autoridade externa vos dará jamais o poder de vos desenvolverdes. Se a verdade que o quadro representa quando vem á vida é ou não de importância, compete a vós próprios examinar.
Tem sido pratica minha o ouvir a todos, sempre. Desejei aprender do jardineiro, do paria, do intocável, do meu vizinho, do meu amigo, de todas as coisas que pudessem ensinar, a fim de me tornar uno com o Bem Amado. Quando havia escutado a todos e colhido a, Verdade onde quer que a encontrasse, tornei-me capaz de me desenvolver a mim próprio plenamente. Vós, no entanto, esperais que a Verdade venha de uma qualquer pessoa. Esperais que esta Verdade seja desenvolvida e vos seja imposta por autoridade e adorais essa pessoa em rogar da Verdade.
Quando Krishnaji morrer, o que é inevitável, vós fareis uma religião, lançar-vos-eis a formar regras em vossas mentes pelo fato de o individuo, Krishnamurti, haver representado para vós a Verdade. Assim, construireis um templo, começareis, depois, a ter cerimônias, a inventar frases, dogmas, sistemas de crenças, credos, e a criar filosofias. Se construirdes grandes alicerces sobre mim, como individuo, sereis apanhados nessa casa, nesse templo e, assim, tereis que ter um outro Instrutor que venha vos desembaraçar desse templo, puxar-vos para fora dessa estreiteza, a fim de vos libertar. A mente humana, porém, acha-se construída por tal modo que construireis outro templo em redor d'Ele e assim continuará sempre, sempre.
Porém, aqueles que compreendem, que não dependem de autoridade, que conservam todas as pessoas em seus corações, não construirão templos – esses realmente compreenderão. Foi porque uns poucos desejaram ajudar a outros, que acharam isto simples. Outros que não compreenderam, posto que muito conversassem a respeito, e de como haviam de interpretar o ensinamento, hão de encontrar dificuldades. E perfeitamente simples para mim o sair para o mundo a ensinar. A população do mundo não se preocupa de se é uma manifestação, uma incorporação ou a visitação de um tabernáculo durante muitos anos, ou se se trata do próprio Krishnamurti. O que eles hão de dizer é isto: Sofro. Tenho meus prazeres passageiros e tristezas mutáveis – tendes algo perdurável para me dar? Dizeis haver encontrado a Felicidade e a Libertação – podeis dar-me destas coisas afim de que eu possa penetrar em vosso reino, em vosso mundo? Isto é tudo com que se preocupam e não com faixas, ordens, regulamentos e livros.
Eles querem ver as águas vivas que fluem sob a ponte onde transitam os seres, a fim de poderem nadar com essas águas para o vasto oceano. E o com que vos preocupais a todo o instante é de como haveis de interpretar. Não haveis por vós próprios encontrado a Verdade, estais limitados e no entanto vos esforçais por libertar a outros. Como o haveis de fazer? Como haveis de descobrir o que é verdadeiro e o que é falso, o que é o Instrutor do Mundo, o que é a realidade, se não haveis clarificado a estagnação do lago, afim de que ele reflita a Verdade?
Continuamente nesta vida tenho tido desejos, e talvez em vidas passadas, sobrepujei a tristeza, sobrepujei as limitações, descobri meu Guru, meu Bem Amado – que é o vosso Guru e a vosso Bem Amado, o Guru, o Bem Amado que existe em todos, que existe em cada pedra vulgar, em toda a folha da erva que é pisada. Foi meu desejo, meu anseio unir-me com Ele afim de não mais sentir que estava separado, não ser uma entidade diferente com um ego separado. Quando me capacitei a destruir esse ego completamente, pude unir-me com o meu Bem Amado. Daí, pelo fato de haver encontrado o meu Bem Amado, a minha Verdade, eu vo-la quero oferecer.
Sou como a flor que dá aroma ás auras matutinas.
Ela não se preocupa com quem está passando. Dá o seu aroma e os que são felizes e os que sofrem aspirarão esse perfume. Porém, os que estão contentes, os que não anseiam, que não cuidam, que não têm idéia das delicias do perfume, passarão desapercebidos. Ireis compeli-los a pararem e a aspirar o perfume? Preocupais-vos de como os haveis de convencer. E porque os haveis de convencer? Só convencereis aqueles que realmente procuram. E é porque duvidais em vossa própria pesquisa que não buscais com veracidade. Estais satisfeitos com o vosso parco conhecimento, com as vossas pequenas autoridades. Quereis que essas autoridades falem, que vos libertem de vossas duvidas.

Suponde que certa pessoa fosse capaz de vos dizer que eu sou o Instrutor do Mundo, de que modo isto vos serviria de auxilio, em que medida alteraria a Verdade? Porque modo viria a compreensão ao vosso coração e o conhecimento á vossa mente? Se dependerdes de autoridade, estareis construindo os vossos alicerces sobre a areia e a onda de tristeza virá e os ha de varrer. Se, porém, construirdes vossos alicerces na pedra, na pedra de vossa própria experiência, do vosso próprio conhecimento, de vossos próprios sofrimentos e tristezas, se fordes capazes de construir sobre isto a vossa casa, tijolo a tijolo, experiência sobre experiência, então sereis capazes de convencer a outros.
Até agora, tendes estado na dependência dos dois Protetores da Ordem, da autoridade de outras pessoas, para que vos digam a Verdade, ao passo que a Verdade reside em vós. Em vossos corações, em vossas experiências, encontrareis a Verdade e esta é a coisa única de valor. Só isto satisfará as vossas aflições, só isto espancará as vossas tristezas e por isto é que senti que devia falar-vos destas coisas.

Eu não poderia ter dito o ano passado, como posso dizer agora, que sou o Instrutor; pois se então o houvera dito, teria sido falta de sinceridade, não teria sido verdadeiro. Porque, então, eu não havia unido a origem e a meta, não estava capacitado para dizer que era o Instrutor. Agora, porém, posso dizê-lo. Unifiquei-me com o Bem Amado. Fui tornado simples. Por causa d'Ele tornei-me glorificado e por sua causa posso auxiliar. Meu propósito é não criar discussões sobre a autoridade, sobre manifestações na personalidade de Krishnamurti, porém, propinar as águas que hão, de lavar as vossas tristezas, as vossas pequenas tiranias, as vossas limitações, afim de que sejais livres, afim de que, eventualmente, vos reunais ao oceano onde não existe limitação, onde reside o Bem Amado.
Espero, ter tornado isto claro. Para as mentes que compreendem, deveria ser claro. As mentes e corações que tiverem resolvido, buscado, ansiado pela Verdade – a encontrarão. Não deveis buscar convencer, alterar o modo de vida daqueles que não desejam que ele seja alterado. Porém, assim como eu mudei e me tornei uno com o Bem Amado, como encontrei o meu fim que é o fim para todos e assim como me uni ao fim, por ser portador afeto – e, sem afeto não podeis atingir o fim - por estar carregado de amor, por ter sofrido e ter visto e achado tudo, naturalmente é meu dever e meu prazer, é meu darma proporcionar isto aqueles que o não possuem.
Que o dê através a Ordem da Estrela ou por intermédio de qualquer outra corporação é coisa que não tem valor, o mundo não se vai preocupar através de que corporação isto lhe vem. Somente ficará satisfeito se as suas tristezas, os seus prazeres, as suas vaidades passageiras, os seus desejos flutuantes puderem ser mortos e uma coisa mais vasta do que estas estabelecida.
Uma vez que tenhais compreendido a Verdade desta Libertação e desta Felicidade, ela vos libertará de vós mesmos, das vossas vaidades, prazeres, aflições e tristezas. Assim como atingi a Libertação, eu vo-la quero proporcionar. Vós, porém, dizeis: deveis dá-la de um certo modo, deveis ser capaz de dá-la com uma certa fraseologia, com uma certa modalidade de linguagem. Importa, realmente, por que copo bebeis a água, desde que essa água seja capaz de vos extinguir a sede? Importa, realmente, quem vos alimenta, desde que por meio desse alimento fiqueis satisfeitos e reconfortados?
Pelo fato de durante séculos vos haverdes habituado a rótulos, quereis que a vida seja rotulada. Quereis que Krishnamurti tenha rotulo, de maneira definida, afim de que possais dizer: Agora compreendo - então pensais que haverá paz dentro de vós. Receio que tal não aconteça. Podeis capturar as águas do mar? Tem-se feito: a tentativa, porém tem sido sempre um desastre. Eu não quero ser capturado, porque isto significa limitação. Não podeis captar o ar. Podeis apanhar uma parte, podeis poluir, podeis envenenar esse ar, porém, o ar que está lá fora, que é para todos, esse jamais podereis dominá-lo. Não quero ser ligado a ninguém. Sigo meu caminho, porque este é o caminho único. Achei o que precisava. Uni-me com meu Bem Amado e meu Bem Amado e eu vaguearemos juntos pela face da terra.
Jamais podereis forçar o povo, seja com que autoridade for, seja qual for o horror, sejam quais forem às ameaças de domínio que possais usar. Esse tempo passou. Esta é uma época de turbilhão e tumulto. Ha um desejo de tudo conhecer por nós próprios e pelo fato de não possuirdes este desejo dentro de vós, sois mantidos no mundo da limitação. Pensais ter encontrado, porém, tal não se deu. Pelo fato de haverdes obtido a certeza em vossas pequenas incertezas, pensais poder converter o mundo.
Quando a Torre Eiffel foi construída, julgou-se ser ela a mais bela, a mais maravilhosa, a coisa mais elevada do mundo, isto, enquanto um pequeno aeroplano não veio voar sobre ela. Todos vós pensais poder correr como o veado e rugir como o leão, porém somente podereis correr como o veado e rugir como o leão, quando vos houverdes unido ao Bem Amado. Não tem utilidade o me perguntardes quem é o Bem amado. De que vos serviria a explicação? Pois não vireis a entender o Bem Amado senão quando vos tornardes capazes de vê-lo em todo o animal, em toda a folha de erva, em toda a pessoa que sofre, em todo individuo.
Assim, amigo, a coisa única que tem importância é que propineis as águas que virão extinguir a sede ao povo – ao povo que aqui não está, que está no mundo. E a água que lhe há de dar satisfação, que purificará os seus corações e enobrecerá as suas mentes, é esta: encontrar a Verdade e o estabelecimento na mente e no coração, da Libertação e Felicidade.

Krishnamurti
A Fonte da Sabedoria Palestras realizadas no Acampamento de Ommen, Holanda, de 1926 à 1928
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