terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A ORDEM INTERIOR

(Paris — II)

DISSEMOS outro dia que se faz necessária uma revolução radical, não só na estrutura externa da sociedade, mas também psicologicamente. Há necessidade de uma total mutação interior, de uma revolução no ser psicológico.

Vemos a sociedade mergulhada numa terrível desordem, baseada que está na avidez, na inveja, no poder, na posição, etc. E nós, entes humanos, componentes da sociedade vemo-nos também em desordem. Porque a vida do ente humano em geral — a rotina diária, o diário tormento de ganhar o sustento — terrível solidão e tédio, interminável repetição pouco significa. Para dar significado e sentido à vida, inventaram os intelectuais, em todo o mundo, no Ocidente e no Oriente, filosofias e religiões; disseram: “Existe Deus; há um certo estado mental que devemos esforçar-nos por alcançar.” Também um grande número de filósofos têm dito coisas sem nenhuma relação com a vida. Tem-se tentado dar-lhe significado, porém, na realidade — não intelectual ou idealmente considerada — a vida, tal como é, tal como a conhecemos diariamente, é em verdade absolutamente sem significação. Sem significação, não só por que nós, entes humanos, nos achamos num estado de desordem, mas porque nossa vida é toda de repetição. Passamos anos inteiros num escritório — quarenta ou cinqüenta — a executar incessantemente coisas desinteressantes e, é bem de ver, interiormente a desordem é cada vez maior. Exteriormente, tem-se tentado estabelecer a ordem mediante a legislação, mediante a ditadura sob várias formas, mediante o controle da mente e do comportamento humano — criando-se, no exterior, politicamente, economicamente, um simulacro de ordem, enquanto interiormente nenhuma ordem existe. A ordem implica — não é verdade? — um estado mental inteiramente livre de conflito; um estado mental lúcido, livre de toda rotina; um estado mental não condicionado por inclinações ou tendências pessoais ou compelido por influências externas, ambientes. E essa ordem — assim me parece — deve nascer sem esforço algum de nossa parte; ela não pode ser produzida pela vontade, pelo empenho, no terreno dos conceitos e das idéias. Em nossa mente confusa, em nossa aflição, em nossa infinita solidão e conflito, tal esforço não pode, de modo nenhum, criar a ordem, porém, tão-só, aumentar a confusão.

Que fazer? Que deve fazer um ente humano, ao compreender que está confuso, incerto, vivendo uma vida de rotina, de imitação, de ajustamento a um padrão estabelecido pela sociedade de que faz parte, e percebendo a um só tempo a necessidade de ordem dentro de si mesmo? Se não há ordem interior, por maior que seja a ordem exterior, a desordem interior superará o simulacro de ordem externa. Isso me parece bastante claro. Assim, como estabelecer a ordem em nós mesmos?

Ordem significa um estado mental em que não há contradição e, portanto, nenhum conflito. Isso não implica estagnação ou declínio. A ordem que obedece a uma fórmula, a um ideal ou conceito é, simplesmente, desordem. Se um ente humano se ajusta a um padrão de pensamento — uma certa coisa ideal que ele deveria ser — nesse caso está meramente a imitar, a ajustar-se, a disciplinar-se, a forçar-se, a fim de adaptar-se a um molde. Assim fazendo (como na vida em sociedade vem sendo forçado a fazer há séculos e séculos, porquanto a sociedade trata sempre de controlá-lo mediante diferentes sanções religiosas, leis, etc.), nesse caso, naturalmente, está sempre a produzir-se uma grande desordem. Essa me parece ser a razão básica da revolta que atualmente se observa em todo o mundo. As gerações mais novas estão tratando de lançar fora as idéias, os deuses, as normas de conduta da geração mais velha; tudo isso está sendo posto de lado; estão em revolta contra a sociedade, contra a ordem estabelecida. E, todavia, a ordem que estão buscando irá estabilizar-se, pouco a pouco, num padrão e, por conseguinte, criará a desordem neles próprios.

O problema, portanto, é este: Como promover a mudança radical? Essa é uma necessidade essencial e óbvia. Se existe um motivo para a mudança, nesse caso a pessoa está agrilhoada ou escravizada ao passado, uma vez que todos os motivos procedem do fundo de condicionamento de cada um.

Espero que, juntos, possamos examinar a fundo esta matéria. Se estais apenas a ouvir intelectual, emocional ou verbalmente, nesse caso não estamos trabalhando juntos; estais apenas a ouvir algumas séries de idéias e a concordar ou discordar — e isso tem muito pouco valor. Mas se, realmente, pudermos, todos juntos, penetrar este problema, destrinchá-lo de fato, vivê-lo, nesse próprio ato de escutar poderá operar-se a revolução radical, psicológica.

Todos estamos de acordo (pelo menos intelectualmente) quanto à necessidade de uma mudança em toda a estrutura mental, no ser inteiro. Nesse sentido temos tentado vários meios: disciplina, ajustamento, obediência, seguir; ou temos aceito a vida tal qual é e tratado de vivê-la a pleno; e, se temos certas capacidades, dinheiro, ao chegar a morte dizemos que vivemos uma boa vida e agora é chegado fim dela.

Podemos perceber que, para viver, necessita-se de ordem — porque sem ordem não há paz — mas a ordem que se cria mediante a identificação do indivíduo com um conceito, uma idéia, uma fórmula, só produz isolamento. Embora a pessoa possa identificar-se com uma coisa tal como o nacionalismo ou uma idéia de Deus, essa identificação causa separação e conflito. Por conseguinte, o identificar-nos com uma idéia, um conceito, não efetua nenhuma mudança radical.

Exteriormente, estão-se verificando enormes mudanças tecnológicas, porém, interiormente, continuo o mesmo que sou há séculos — em conflito, aflição, a batalhar comigo mesmo e com outros; minha vida é um campo de batalha; todas as minhas relações baseiam-se em imagens formadas pelo pensamento. Sendo a vida um campo de batalha, desejo alterá-la, porque vejo que nenhuma possibilidade tenho de viver em paz, dentro de mim mesmo, ou com a sociedade, ou com meu semelhante, a menos que haja perfeita ordem, quer dizer, liberdade perfeita. A ordem só pode tornar-se existente quando há liberdade; e não é possível a liberdade pela escravização a uma idéia, ou a aceitação de uma certa teologia, ou o ajustamento a um certo padrão, imposto pela sociedade ou por mim próprio. Que devo fazer, então? Não sei se já refletistes a esse respeito; se o fizestes, deveis ter percebido que se trata realmente de um problema formidável. Que devo fazer, eu, um ente humano condicionado por milhões de anos, dotado de um cérebro que só funciona por padrões de autoconservação (autoconservação que leva cada vez mais ao isolamento e, portanto, a mais e mais conflito), que devo fazer? Percebendo todo este campo de batalha em que, como ente humano, estou vivendo, atormentado pelo medo, pelo sentimento de “culpa”, pelo desespero; apegado às memórias do passado; temendo morrer; vivendo numa semi-obscuridade, embora suficientemente engenhoso para inventar teorias de toda espécie; trabalhando, escrevendo livros, explicando, fazendo tudo o que em geral fazem os entes humanos — percebendo tudo isso, não como idéia, não como coisa existente fora de mim, porém vendo realmente que essa é minha vida, que devo fazer? Como mudar toda a estrutura psicológica de minha existência?

Se este é um problema que vos concerne tanto quanto concerne ao orador (não é propriamente um problema meu, mas estamos explorando juntos), que devemos fazer? É claro que não pode haver mais autoridade alguma, pois ninguém pode dizer-nos o que devemos fazer — nenhum sacerdote, nenhum teólogo, nenhum guru, nenhum livro, nenhum agente externo pode dizer-nos o que devemos fazer. Tudo isso já tentamos e não tem significação alguma, nem nunca a teve. Uma vez que não pode haver nenhuma autoridade, tenho de depender totalmente de mim mesmo. Entretanto, esse “eu mesmo” é uma entidade confusa. Quanto mais rejeito todo e qualquer agente externo que me promete uma mudança dentro de mim mesmo — sanções, leis que me obrigam a fazer isto ou aquilo — quanto mais rejeito tudo isso, tanto mais cônscio me torno do enorme problema de “mim mesmo” — um ente confuso, incerto, ignorante. E, ao tornar-me cônscio disso, há mais medo, mais desespero e, como reação, uma reversão às condições anteriores, isto é, trato de ingressar em organizações políticas ou religiosas; se eu era católico, torno-me protestante; se era protestante, trato de seguir o Zen ou de adotar outra espécie de distração. E o problema fundamental fica sem solução.

Eis, pois a situação. Rejeitamos totalmente a autoridade externa — se a temos — percebendo que essa autoridade é uma das causas da desordem. Vemos que estivemos seguindo um Certo “instrutor”, filósofo, salvador, e que o seguíamos por medo e não por amor. Se tivéssemos amor, não seguiríamos ninguém; O amor não obedece, o amor não conhece dever e responsabilidade. Uma pessoa segue, aceita, obedece, essencialmente porque tem medo — medo de não alcançar os seus fins, de errar o caminho, etc. — há dúzias de formas de medo. Interiormente, é dificílimo rejeitar a autoridade — a autoridade de outrem e também a autoridade de nossos próprios conceitos, de nossa passada experiência. Relativamente fácil é rejeitar a autoridade da sociedade; os monges o têm feito de várias maneiras e a moderna “geração mais nova” o está fazendo de diferente maneira. Mas, o livrar-nos da autoridade de nosso próprio condicionamento, de nossas experiências, da autoridade do passado em nós existente (pois pertencemos ao passado, que se tornou nossa suprema autoridade), isso é bem mais difícil. E, afastar essa autoridade é sobremodo importante, é essencial, porque é ela que gera a autoridade externa, e também o medo, dado o nosso desejo de certeza, segurança, proteção.

Assim, o libertar-nos do passado, que significa libertar-nos do medo, do medo psicológico, é, sem dúvida, o primeiro requisito da ordem. Podemos ficar totalmente livres do temor, tanto no nível consciente como no inconsciente? E existe de fato tal coisa — o inconsciente? Admitimos a idéia do inconsciente como parte de nós — isso se tornou moda — mas existe essa coisa? Porque, se estamos agora investigando se é possível libertar-nos completamente do medo, temos naturalmente de considerar a questão do inconsciente.

Existe inconsciente? Não sei o que a respeito dele pensais ou descobristes. Se há inconsciente, de que maneira poderá a mente consciente descobri-lo? (o orador não está aceitando o inconsciente; estamos examinando o que a respeito dele se tem dito). Ao que sei, o inconsciente é o passado, a herança racial, o depósito da totalidade do esforço humano; um nível muito profundo existente em cada um de nós. De que maneira pode a mente consciente descobrir esse depósito, essa coisa oculta, cuja existência admitimos? Como examinar com a mente consciente uma coisa inconsciente? Dizem que podemos fazê-lo por meio da análise, consultando um especialista, um analista — naturalmente, se a pessoa tem dinheiro e se sente suficientemente neurótica para consultá-lo. Ora, de que maneira podeis, como ente humano, examinar uma coisa a cujo respeito nada sabeis, a não ser verbalmente? Pode a mente consciente penetrar o inconsciente, ou só ocasionalmente, por meio de sonhos, de certos sinais, ter um vislumbre dessa coisa chamada inconsciente? Pode o observador, que é o analista, que faz parte da estrutura, que dela não está separado, examinar a outra parte da estrutura? O que pode observar é só sua própria parte, e não a estrutura total. Poderá tentar analisar o inconsciente, observando cada movimento de pensamento, cada motivo, cada sonho. Mas isso exige tempo; pode-se ficar analisando a vida inteira, e se a análise não for feita com toda a exatidão, a análise subseqüente sairá errada, não será -verdadeira. A análise requer tempo. Mas, pode o tempo ser o instrumento que trará a liberdade e, por conseguinte, a ordem? Espero que isto esteja claro. O tempo é a distância entre o analista, a coisa analisada, e o objetivo que será alcançado no fim da análise. É necessário percorrer esse intervalo existente entre o observador e o objetivo final — o estado de total liberdade. Essa distância é o tempo. Esse intervalo, todo esse processo, é o tempo. Ora, pode o tempo dar liberdade e ordem? Se o inconsciente não pode ser examinado pela mente consciente com esse senso crítico, com essa profunda atenção, que se deve então fazer? Compreendeis o problema? Existe um modo diferente de considerá-lo? Deve existir. Já vivemos milhares e milhares de anos desta maneira e nunca conseguimos fugir da armadilha. Só caímos de uma armadilha para cair noutra. Vê-se que, enquanto houver medo, em qualquer nível da consciência, as armadilhas existirão sempre. Por isso, o inconsciente assume enorme importância; isto é, quando se diz que o tempo é necessário para efetuar qual quer mudança, apresentam-se todos esses complicados problemas e, por conseguinte, os problemas nunca se acabam. Mas, se se nega o tempo, isto é, se não há amanhã, psicologicamente falando (o que, com efeito, significa “amanhã, como prazer”), não há então descobrimento gradual do inconsciente e do consciente. Negando-se o tempo, não há mais esforço para adquirir virtude, não há mais nada para conseguir: não há amanhã. Mas, dizer “não há amanhã” não significa estar desesperado. Se se compreende realmente a coisa em seu todo, ao libertar-se a mente do tempo a questão do medo se torna inteiramente diferente. Está então a mente em contato direto com isso que se chama “medo”; não há intervalo ou espaço entre o observador e a coisa observada — o medo. Digo “tenho medo” — medo de meu vizinho, medo da morte, medo de não ser bem sucedido na vida — e isso quer dizer que eu sou diferente daquele medo. E, quando há separação entre o observador e a coisa observada, tratamos de fazer alguma coisa em relação à coisa observada. Quando digo “Tenho medo”, desejo fazer alguma coisa a respeito do medo — controlá-lo, moldá-lo, libertar-me dele, fugir dele — e tudo isso significa que sou diferente do medo. Mas, eu sou o medo; esse medo e eu fazemos parte da estrutura total da vida.

Assim, o intervalo, o espaço, que é tempo, existente entre a pessoa que diz “Tenho medo” e o medo, desaparece e a pessoa fica diretamente em contato com o fato; só há o fato, e não hávós, como observador do fato. Várias coisas ocorrem nesse processo: elimina-se completamente o conflito quando o observador é a coisa observada (porque então o observador é o próprio medo) e ficais com toda aquela energia que assume a forma de medo. Uma vez que não há intervalo entre vós e o fato, uma vez que a energia sois vós e o medo, não há, como dissemos, conflito nenhum, é claro; por conseguinte, não há ação positiva em relação ao medo. Não há ação positiva de espécie alguma, porém apenas um estado de observação, de percebimento do fato, de real percebimento do que É, pois a imagem foi eliminada. Compreendeis, senhores?

Digamo-lo de outra maneira. Todas as relações entre os entes humanos se baseiam em imagens. Tendes uma imagem relativa a vosso amigo, vossa esposa ou marido, e ele ou ela tem uma imagem de vós; a relação existente é entre as duas imagens, é óbvio. As imagens foram criadas pelo pensamento, procedem de várias formas de insulto, prazer, dor, etc., ocorridas entre entes humanos. Só há relação entre as imagens. Não havendo imagens, há então relações reais, contato direto. Quando não há imagem relativa à árvore, estais então a observar realmente o que ela de fato é. Esse é um estado completamente diferente. De modo idêntico, se nenhuma imagem tendes de outro ente humano, existe uma relação toda diferente. Isso significa ausência do pensamento, ausência do EU, da memória (a qual, com efeito, pertence ao passado); por conseguinte, estais diretamente em presença da coisa; e, porque o conflito foi eliminado, tendes uma energia tremenda.

Quando rejeitamos, eliminamos ou detemos o tempo, só há então o fato do medo; por conseguinte, não há fuga ao medo, não há controlá-lo ou sublimá-lo — ele é o que é. Quando isso ocorre, verifica-se uma extraordinária mudança, isto é, quando não há observador, a entidade que diz “Eu tenho medo” (esse “eu” separado do medo), há então medo?

Aprendemos, assim, a observar sem nenhuma operação mental, sem pôr em movimento o pensamento. Pois, como antes dissemos, o pensamento é reação da memória, do conhecimento, da experiência; do passado forma-se o pensamento. O pensamento é sempre velho, e nunca pode ser novo. Só pode vir uma nova existência quando o pensamento, depois de plenamente compreendido, termina; essa a mudança fundamental. O pensamento, sempre a buscar no passado a própria segurança, criou o medo. Basicamente, estamos em busca da segurança (psicológica), segurança relacionada com o passado — senti dor e não desejo sentir dor; fui feliz, tenho de ser feliz no futuro; experimentei um enorme prazer, quero mais prazer. O pensamento, que é velho, só funciona nessa busca de segurança. E, se uma pessoa observa atentamente o seu intimo, nota que o descontentamento se converte num contentamento de natureza venenosa, chamado “segurança”.

É o pensamento que cria o intervalo de tempo gerador da desordem. Ver uma coisa com toda a clareza, na ausência do pensamento, é ver imediatamente; não há intervalo de tempo: ver é agir. Para ver muito claramente, sem nenhuma confusão, deve a mente estar em perfeito silêncio. Se desejo ver-vos, compreender-vos, minha mente tem de deter o seu tagarelar, está visto. Naquele estado de incessante monólogo, de tagarelice mental, não é possível ver coisa alguma claramente. Só quando a mente está quieta, é possível ver com clareza; mas não se pode silenciar a mente mediante coerção, disciplina.

Só vem a quietação da mente quando se percebem todas as implicações do medo, da autoridade, do tempo e da separação entre o observador e a coisa observada; quando se percebe a estrutura total. Para ver a estrutura total, é óbvio que a mente deve estar quieta; precisamos aprender a olhar — não só as coisas mais complexas, mas também uma árvore, uma flor, uma nuvem — sem nenhum movimento de pensamento; olhar, simplesmente.

Penso que muitos daqueles que tomam drogas fazem-no para eliminar a separação entre o observador e a coisa observada, a fim de experimentar aquele estado peculiar; mas, como ele é provocado artificialmente, as pessoas ficam em condições mais deploráveis do que nunca. A droga lhes proporciona, momentaneamente, uma nova sensibilidade; quimicamente produz uma alteração temporária na estrutura das células cerebrais. Nesse estado as coisas são experimentadas com muita clareza, com muita intimidade; não há separação alguma, devido a total ausência do pensamento, na forma do EU, com todas as suas memórias. Quanto mais se experimenta dessa maneira, tanto mais desejadas se tornam as drogas, para as pessoas poderem manter-se naquele estado.

Quando se vê, exteriormente e interiormente, toda esta desordem — a confusão, a aflição, a solidão, a total falta de significação da vida, tal como a vivemos — podem-se conceber idéias maravilhosas, porém essas idéias são meras invenções, teorias. Mas quando, compreendendo integralmente a natureza do tempo e do pensamento, deles nos desembaraçamos, não há então nenhuma necessidade de buscar o significado da vida. Há, então, um estado completamente diferente, não produzido pelo pensamento, estado que naturalmente não se pode explicar por meio de palavras. Quanto mais o explicamos por meio de palavras, tanto menos significativo ele se torna. Mas, quando realmente o encontramos mercê da observação, esse estado mental, de certo, é a mente libertada. Nada tem que ver com qualquer crença organizada, qualquer dogma.

Krishnamurti - 20 de abril de 1967 – Do Livro: A Essência da Maturidade - ICK

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