EM 1927 Krishnamurti fez uma declaração espetacular: - Eu atingi a libertação. Foi no acampamento de Ommen, Holanda, em 2 de agosto, que ele falou assim, pela primeira vez, ao mundo.
Analisando bem logo compreendemos que a libertação total já se operou de todo. Na afirmativa eu atingi a libertação, há um grito sincero, real, veemente da alma que desperta, que rompeu todos os círculos restritivos que tentaram aprisioná-la. E Krishnamurti, como provará, daí para diante, rompeu, de fato, todas as barreiras. Ele está liberto da rotina teosófica, liberto dos slogans que os seus adoradores diariamente repetiam e ruminavam. Há uma alteração profunda nas palavras e no sentido agora novo de Krishnamurti. Ele não mais espera o instrutor, como antes o fizera. Daqui por diante começa a falar como instrutor. Temos a impressão que ele chegou ao cume da montanha e dali tudo abrange e alcança. Se em 1926 ele acabou com todo o cerimonial no acampamento de Ommen, como resposta, às declarações feitas um ano antes, aproveitando os interessados a sua ausência, agora, neste camp-fire de 1927, que é completamente laico, ele acaba com os últimos vínculos que o prendiam à Sociedade Teosófica e à Ordem da Estrela do Oriente, para declarar a sua liberdade, a sua inteira independência de quaisquer injunções impostas pela condução da sua vida passada. Krishnamurti acaba de romper grossas cadeias e afirma não se comprometer com ninguém nem com religiões, quaisquer que elas sejam, nem com a Sociedade Teosófica, nem com a Ordem da qual é chefe. Nesse acampamento ficou patente a dramaticidade da luta intima por ele travada até atingir aquele grau de libertação. Podemos encarar esse ano como o inicio do seu canto de liberdade, dirigido a todos os povos para que despertem e transformem a vida cruel que engendraram numa luta epopéica pela compreensão integral de si mesmo e do todo. Este foi o ano em que Krishnamurti começou a pensar por si mesmo. Até então ele se debateu contra as barreiras que o impediam de realizar pessoalmente a compreensão inteira que ansiosamente buscava. A abolição desses obstáculos constitui a sua vida até aqui. Agora se sentia não mais envolvido nos obstáculos, mas perfeitamente integrado na vida. Desde então começa a destruir todas as cadeias restritivas que lhe quiseram impor. Chega a advertir os atrevidos conspiradores que tramaram o "complot" de 1925, quando ele estava ausente. Enfaticamente ele agora assevera que não se deixará aprisionar por ninguém. Fere os sentimentos de todos aqueles que julgaram enredá-lo para sempre, servindo-se da figura admirada de Annie Besant, que ele ardentemente amava. Para a maioria Annie Besant era o oráculo da divindade e por isso dela se serviram para a grossa pantomima de 1925. Mas agora Krishnamurti lança o seu grito de revolta. Fala rudemente que não admitirá nenhuma etiqueta no seu ensino, nem imporá a sua autoridade a ninguém ao mesmo tempo em que exclama que todos os cerimoniais e religiões são obstáculos à compreensão da verdade.
"A nossa época - diz ele - é uma idade de revolução e tormenta; há, em todos, um desejo de tudo conhecer por si próprio, e como vós não tendes esse desejo, conservai-vos no mundo das limitações".
O seu desejo, portanto, não é, evidentemente, construir templos, nem dogmas, nem autoridade, nem cultos, e sim arrebatar as criaturas de tudo isso, para que possam sair de todas as limitações e atingir individualmente a grande corrente da vida, onde não há mesquinhas tiranias, nem rótulos, nem dogmas, nem prisões mentais.
Aos crentes ainda exclama: - "Esperais presentemente que a Verdade vos venha de uma só pessoa; esperais que ela vos seja imposta por uma autoridade, e seja desenvolvida para vós, e assim adorai essa pessoa em vez de adorar a Verdade".Quando Krishnamurti morrer, o que é inevitável, formareis uma religião, concebereis regras, edificareis um templo e nele fareis cerimônias, inventareis frases e dogmas. Se vossos alicerces se estabelecerem sobre mim, a personalidade perecível, tornar-vos-eis prisioneiros dessa morada, desse templo e será preciso que outro venha para vos arrancar de lá e vos restitua à liberdade. Mas o espírito humano está de tal maneira deformado que vós edificareis outro templo em torno dele e isso continuará sem fim."
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TODAS as palavras de Krishnamurti são agora um formal desmentido à cabala política forjada na sua ausência no camp-fire de 1925 pelos apóstolos e bispos da Igreja Católica Liberal. Os mentores políticos do complot não contavam com esta derrota.
Eles que se haviam nomeado apóstolos e bispos mitrados, supondo, através do prestígio de Annie Besant, dominar por completo a atitude de Krishnamurti, obrigando-o a proclamar a necessidade dos ritos, o valor do cerimonial, da religião e dos deuses, mestres e gurus, sentem-se apunhalados de frente, por aquele que supuseram manobrar. Krishnamurti contrapõe-se ao carnaval apologético e religioso que lhe quiseram impor.
Os altos dignitários da Igreja Católica Liberal, ao mesmo tempo, figuras de proa da Sociedade Teosófica, insinuam, em hábil manobra política, que Krishnamurti é um instrutor de grande estirpe, mas não o Instrutor esperado, porque este, ao contrário de Krishnamurti, já proclamara que seria o senhor das religiões do mundo, e que a Igreja Católica Liberal seria o coração do seu ensino. Os membros da Ordem começam a mostrar a sua inquietude, diante das contradições chocantes existentes, evidenciando o seu descontentamento, por se acharem traídos na sua fé.
Os altos dignitários do complot, pervertidos pelo fascínio das posições que haviam habilmente adquirido, começam a prenunciar a vinda de um outro instrutor. É evidente que eles o fabricariam logo que encontrassem um instrumento dócil para representar esse papel caricato de que carecia a Igreja Católica Liberal que eles representam. O seu trabalho entre os fiéis é grande, mas não convence. Os membros da Ordem aguardam melhores explicações e Krishnamurti não os faz esperar muito. Desde o início do acampamento de 1927 que ele confirma suas palavras do ano anterior, indo muito mais além, e não cessa de afirmar que as religiões são barreiras à compreensão da vida, são obstáculos à realização da Verdade.
Toda a comédia há tantos anos arquitetada e enfaticamente proclamada, em 1925, pelos apóstolos e bispos mitrados, cai por terra, e desmorona-se como ridícula. A Igreja Católica Liberal com os seus bispos, não tem funções no ensino de Krishnamurti. A armadilha que prepararam para prender Krishnamurti nos seus altares apenas serviu para os destruir.
Neste instante Krishnamurti se afirma pela bravura de sua coragem, e pela nobreza inconfundível do seu caráter.
Ele tudo rejeitou, tudo desfez. Não pactuou com o misticismo que há anos se preparava e que, se ele quisesse, dele faria um novo deus.
Para avaliar a grandeza da sua atitude basta lançar um olhar retrospectivo sobre o seu passado. Contemplemos também a Sociedade Teosófica como organização mundial, pensemos um instante na Ordem da Estrela do Oriente composta de membros selecionados que a ele se dedicam fanaticamente e sintamos a força da Igreja Católica Liberal capaz de fanatizar o resto para impô-lo como Cristo. Diante de Krishnamurti estava um trust sabiamente organizado com ramificações mundiais para recebê-lo como deus e entronizá-lo no momento em que ele o desejasse.
Krishnamurti condena tudo isso como destruidor do seu ensino.
Esta hora dramática faz de Krishnamurti um super-homem e um real instrutor.
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IMPÕE uma dolorosa pergunta, teria Annie Besant sido cúmplice do complot ou agiu como mero instrumento manobrado pelos impostores?
E preciso convir que ela se valeu, nas suas afirmações de 1925, dos seus poderes ocultos, que todos admiravam. Se ela se enganou, como está provado, ela estava longe daquele plano espiritual em que os seus fiéis amigos a colocavam.
Para nós tudo estava longe do equilíbrio. E Annie Besant cedeu ao fanatismo enganador, tornando-se instrumento de fachada nas mãos dos ambiciosos e hipócritas que a rodeavam, com o objetivo de entronizarem Krishnamurti para proveito próprio.
Podemos avaliar a atitude destes senhores perante Krishnamurti. Podemos julgar do ataque cerrado, da pressão tremenda, que desencadearam, apelando para a sua posição contraditória diante das afirmações de sua tutora. A sua atitude importava em dizê-la uma impostora, uma fanática, uma alucinada. Diante do desastre, discussões patéticas deviam ter ocorrido e esses chefes tudo fizeram para garantir a sua estabilidade, lançando mão de Annie Besant, como arma delicada, dada a grande afeição de Krishnamurti, que sinceramente a estimava.
Krishnamurti não podia por nenhum preço encabeçar uma mentira. E assim começa a destruir todos os muros erguidos para cercá-lo. As coisas como foram colocadas não o intimidam. Eles conseguiram ludibriar Annie Besant, mas a ele não foi possível. Esses chefes sonharam carregar Krishnamurti como um troféu das suas conquistas mundanas e nada conseguiram. Krishnamurti divorciara-se para sempre dessa pantomima grotesca, cujo episódio mais revoltante foi à proclamação que fizeram no camp-fire de 1925.
Todos eles tentaram agrilhoar Krishnamurti nas suas cadeias de interesses inconfessáveis. E isso se depreende das próprias palavras de Krishnamurti publicadas no boletim francês de outubro de 1928, onde se lê - Tous mes amis ne m'ont-ils pas constamment conseillé de suivre telle ou telle chose? N'ont-ils pas toujours dit: faltes attention á ce que vous dites, á ce que vous faites. Prenez garde á votre position. Dites ceei et ne dites pas cela. Si je leur avait obeé, je n'aurais jamais trouvé ce bonheur éternel, absolu. C'est par ce que j'ai douté des choses mêmes qu'ils souténaients, c'est parce que je n'ai voulu accepter ce qui m'était présenté que j'ai trouvé ce royaume qui est eternel et imutable; j'ai atteint Ia plenitude de Ia Vie, e je vous dit: faites de même!
Aí está a documentação eloqüente do que é possível afirmar. Quiseram, é certo, impor-lhe um caminho pré-estabelecido, e dele esperavam um instrumento obediente às suas diretrizes, enquanto que para o mundo as agências de publicidade organizadas proclamavam a vinda do Cristo, falando pelo seu veículo escolhido, e por eles anunciado.
Mas Krishnamurti não tolerou essas maquinações indignas. O seu ensino é a desmascaração total dessa vasta chantagem.
De 1927 para diante ele aparece perante o mundo com uma originalidade nova. É uma voz que se ergue sem amparos místico e distanciado de organizações fanáticas que só poderiam corromper-lhe o ensino. Em 2 de agosto de 1927 ele proclama a sua libertação, no acampamento de Ommen, Holanda, nos domínios de Eerd, a três quilômetros de Amsterdã.
Annie Besant que o ouve diz corajosamente: - do mesmo modo que proclamei por todo o mundo que o Instrutor viria agora proclamo que está aqui presente. (Bulletin Internacional de I'Étoile, decembre 1927 -Le Camp à Ommen, par Lady Emily Luytens.
Neste acampamento a Ordem da Estrela do Oriente é refundida, passando a denominar-se simplesmente Ordem da Estrela.
A obra de Krishnamurti começa agora a espalhar-se pelo mundo, graças às suas conferências públicas e aos acampamentos anuais, libertas do formalismo teosófico e religioso. Ele é o que diz e é sua aquisição pessoal aquilo que explana. Todo o seu trabalho vai ser conduzir os seus ouvintes da fé cega em que viviam para a conquista individual da verdade. Vai repetir que todas as religiões e liturgias são sempre barreiras ao conhecimento da verdade.
Num artigo seu publicado no Boletim Internacional de fevereiro de 1929, intitulado La flamme, ele escreve: Teria sido fácil, há alguns anos, ter-me lançado contra o mundo da ortodoxia, da tradição, e das crenças, mas isso não teria sido sábio, porque o muro era muitíssimo resistente e poucos compreenderiam realmente e, por conseguinte poucos me teriam auxiliado a abrir a primeira brecha, mas agora depois de chegar até aqui, não transigirei mais com quem quer que seja.
Sem apoio de religiões, sem apóstolos, e sem ritos, ele vai lançando já ao mundo a sua mensagem de renovação integral do homem.
A maioria dos crentes fica desapontada. Todos querem um redentor que os console e hipnotize, que ao seu contato, ou pelo simples fato de nele acreditarem, todas as suas mágoas desapareçam. Krishnamurti desperta-os, sacode-os, mas a credulidade entorpece-os.
A credulidade tudo exige dos seus ídolos. O ídolo tem como função especial tomar a si todas as dificuldades dos seus crentes e dar ópio e esperança à multidão. A tudo isso ele se opõe enérgica, clara e decididamente Todos que o cercaram alimentaram um grande sonho e exigiram de Krishnamurti o seu prolongamento, mas ele propõe-se a acordá-los. Desde 1927 começa a sacudi-los, e o esforço não foi em vão. A maioria tudo fez para ajustar o que dele ouvia à rotina que carregava. A Ordem da Estrela falhara também por isso. E Krishnamurti dissolveu-a como inútil, dois anos depois, por não querer barreiras entre ele e os homens.
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QUEBRADAS por Krishnamurti as auréolas de semideuses de todos aqueles que advogavam a utilidade das religiões e do cerimonial inicia-se uma campanha surda por parte destes contra o ídolo que renegaram.
Isso motivou um movimento favorável a Krishnamurti e de protesto contra os deturpadores da obra de Krishnamurti e do ensino essencial da Sociedade Teosófica. Desde que Krishnamurti fala em seu nome pessoal e não repete os slogans dos deturpadores da sua obra, como desaprova as suas atitudes, eles o abandonam e atacam a despeito da hipocrisia maneirosa que apresentam. Como antes fizeram declarações insensatas, esforçam-se agora, a todo o preço, para as salvar. Mas não fica pedra sobre pedra. O ensinamento de Krishnamurti destrói todas as disciplinas e liturgias da Sociedade Teosófica, da Co-maçonaria e da Igreja Católica Liberal. A ruína dos gurus, dos mestres, das iniciações, e dos chefes é completa. Tudo inútil para Krishnamurti, que aponta a espiritualização como tarefa pessoal, e, portanto dispensa santuários, devoções, templos e condutores.
Annie Besant resolve fechar a escola esotérica, da qual é chefe, mas resolve reabri-la cedendo à pressão dos adeptos. A luta organiza-se contra Krishnamurti desde que ele surgiu como contraste irreconciliável, radicalmente oposto aos postulados das organizações espiritualistas que supunham prendê-lo. Mas os chefes não ousam, nem podem confessar o desacordo. Buscam, num esforço titânico, um meio de conciliação.
Mas Krishnamurti não cede e falando na Federação Teosófica de Nova York exclama: "Eu conheço perfeitamente a confusão produzida na Sociedade Teosófica devida à minha atitude, mas isso não me espanta porque não quero compromissos com os vossos chefes. A verdade não pode ser degradada para servir à comodidade das Sociedades, das organizações e dos corpos religiosos. Vossos chefes disseram que eu ia ser isto ou aquilo e como estou em contradição com o que eles disseram, a confusão, naturalmente, se estabelece. Mas é muito simples, eles não estão de acordo comigo nem eu com eles. Há uma diferença entre os vossos chefes e eu mesmo. É inútil esconder estas coisas." (B. I. E. Junho de 1930).
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AS profecias de Annie Besant realizaram-se, dizem alguns, no tocante ao aparecimento dele, mas falharam, por outro lado, quando Krishnamurti diz, desde logo, ser inútil toda a estrutura religiosa para a realização pessoal da verdade.
Sim, Krishnamurti é o instrutor, não podemos negá-lo, mas como instrutor, nada tem a ver com o que sobre ele foi anunciado. Ele está divorciado do misticismo que tentou prendê-lo, contrapôs-se aos propósitos dos membros da Sociedade Teosófica e da Igreja Católica Liberal, que supõem asfixiá-lo em suas malhas. Mas ele sai livre e incólume das redes que lhe lançaram.
E tudo isso ele apresenta como limitações. Condena as organizações, as disciplinas, os templos e as seitas.
Até 1927 seus trabalhos revelam seu notável desenvolvimento, seu caminho ascensional para a libertação total. Depois desse tempo ele surge como o homem que atingiu sua completa maturação espiritual e absolutamente seguro de sua missão fala ao mundo a sua mensagem sem barreiras, sem limitações.
Mas como chegou ao fim dessa jornada gloriosa? Quando ocorreu dentro de si aquela revolução íntima que o levou à realidade?
Ele mesmo nos conta. Devido à doença de Nytiananda adquiriram em 1922 no vale de Ojai, Califórnia, uma modesta casinha que denominaram Arga Vihara, onde todos os anos passavam alguns meses. Afirmavam os teosofistas que é no vale de Ojai que se acha o berço de uma raça precursora de uma nova civilização. Nessa casinha eles fazem tudo e assim os encontram alguns visitantes. Então Krishnamurti não tinha ainda um ponto fixado, e ele diz, I was like the rest of mankind, tossed about as a ship on a stormy sea. O isolamento do mundo, a vida simples do vale de Ojai, conduziram-no à dúvida e à interrogação. E após rejeitar as inúmeras coisas aprendidas decidiu, por si mesmo, chegar ao fim, à compreensão universal, que lhe daria amplo entendimento e felicidade.
Foi assim que ele começou: rejeitando tudo que lhe pareceu inútil, despojando-se dos falsos caminhos para abrir, por si mesmo, a sua própria rota.
Como Krishnamurti se equipou para esse ousado empreendimento?
Através dos seus livros e publicações podemos percebê-lo. "The Path" é o testemunho das suas experiências pessoais no caminho da dor, da tortura e da tristeza. Aí ele descreve o curso do seu desenvolvimento.
My long and a sorrowfull journey has come to an end, the glorious journey has begun, assim, escreve, minha longa e triste caminhada chegou ao fim, a jornada gloriosa começou. O seu desenvolvimento continua sem que ele nos diga ter atingido o fim ambicionado. Muita coisa deve ter ocorrido, mas nenhuma se compara à morte do irmão, que foi a experiência decisiva.
The Path, Temple Talks, The Kingdom of Happiness, The Pool of Wisdom, assinalam o período de transição, que vai de 1923 a 1926.
Temple Talks reúne as palestras aos hindus, dizendo-lhes que uma nova vida está vindo ao mundo e a Índia precisa abrir-se para ela. Aí está um convite à realidade, significando que é na terra que precisamos realizar uma vida de paz, harmonia e liberdade, e não no céu distante como afirmam os crentes. Se aqui não atingirmos esse resultado, perderemos a ocasião da fazê-lo. The Kindgom of Happiness reune uma série de palestras dadas em círculos de amigos no verão de 1926. Aqui encontramo-lo falando com mais decisão e abordando pontos que depois desenvolverá.
Em The Pool o f Wisdom, reunião de palestras realizadas no Camp-Fire de 1926, apresenta-se cheio de espontaneidade. Depois de Ommen camp Krishnamurti permanece todo o inverno em Ojai, na Califórnia, onde passa, desta vez, por experiências fundamentais e decisivas. Seus próximos livros By What Autority, The Search e The Immortal Friend consignam no seu lirismo a sua libertação. Krishnamurti atinge a meta e canta a alegria da ascensão. The Path chega à conclusão. Foi depois disso que ele fez aquela palestra Who brings the Truth?
Life in Freedom, coletânea de palestras na Índia, América e Europa, durante o ano de 1928, evidencia uma réstea de luz na sua mensagem. Krishnamurti fala desde 1927 do alto da montanha, enquanto os outros continuam cá embaixo, criando ilusões, e andando à sua roda, sem jamais subir.
Krishnamurti chegou ao alto e a sua mensagem é um cântico de harmonia, de vida e libertação. Mas libertação como ele nos diz não é um fim e sim um começo, o começo da vida no real.
ESCRITO POR FRANCISCO AYRES
RETIRADO DE LIVRO: KRISHNAMURTI