segunda-feira, 1 de julho de 2013

A mente isola, separa e interrompe a comunhão

Nunca estamos sozinhos; vivemos sempre rodeados de pessoas e de nossos próprios pensamentos. Mesmo quando as pessoas estão longe, vemos as coisas através do filtro de nossos pensamentos. São muito raros, ou mesmo inexistentes, os momentos em que o pensamento não exista. Não sabemos o que é estar sozinho, estar livre de todas as associações, de toda a continuidade, de todas as palavras e  imagens. Somos solitários, mas não sabemos o que é estar sozinhos. A dor da solidão enche nossos corações, e a mente a encobre com medo.  A solidão, aquele isolamento profundo, é a sombra negra de nossa vida. Fazemos o possível para escapar dela, mergulhamos em todas as rotas de fuga que conhecemos, mas ela nos persegue, e jamais estamos fora dela. O isolamento é o modo de nossa vida; raramente nos fundimos com outra pessoa, pois em nosso íntimo estamos quebrados, despedaçados e incurados. Em nós mesmos, não estamos inteiros, completos, e a fusão com outro só é possível quando há integração interior. Temos medo de estar sozinhos, pois isso abre a porta para nossa insuficiência, para a pobreza de nossa própria existência; mas é o estar sozinho que cura o intenso ferimento da solidão. Caminhar sozinho, sem o estorvo do pensamento, do rastro de nossos desejos, é ir além do alcance da mente. É a mente que isola, separa e interrompe a comunhão. A mente não pode ser tornada inteira; ela não pode tornar-se completa, pois esse próprio esforço é um processo de isolamento, é parte da solidão que nada consegue encobrir. A mente é o produto dos muitos e o que é criado em conjunto jamais pode estar só. O estar só não é resultado do pensamento. Somente quando o pensamento está totalmente quieto há a fuga do só para o só.


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