Estamos todos à beira de um precipício. Toda esta civilização em que o homem tinha tanta fé, está ameaçada de destruição; as coisas que temos criado e cultivado com tanto carinho, todas estão em jogo atualmente. Para que o homem se salve do precipício, torna-se necessária uma verdadeira revolução – não uma revolução sangrenta, mas uma revolução de regeneração interior. Não é possível regeneração sem autoconhecimento. Sem vos conhecerdes a vós mesmos, nada podeis fazer. Temos que pensar em cada problema profundamente e de maneira nova; e para o fazer, precisamos libertar-nos do passado, o que significa que o “processo” de pensamento deve findar. Nosso problema consiste em compreender o presente, na sua enormidade, com suas inevitáveis catástrofes e desgraças – precisamos encarar tudo isso de maneira nova. Não pode haver nada novo se transportamos sempre conosco o passado, se analisamos o presente por meio do “processo” do pensamento. Eis porque, para se compreender um problema, necessita-se o findar do pensamento. Quando a mente está tranqüila, quieta, serena, só então está resolvido o problema. Por conseguinte, é importante a compreensão de si mesmo. Vós e eu temos que ser o sal da terra, professando um novo pensamento, uma nova felicidade.
Krishnamurti - A ARTE DA LIBERTAÇÃO