quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A mente agitada pela crença

A religião de vocês, sua crença em Deus, é um modo de escapar da realidade; portanto, absolutamente não é religião. O homem rico que acumula dinheiro a base da crueldade, da falsidade, de astuta exploração, acredita em Deus; e vocês também acreditam em Deus, também são astutos, invejosos, cruéis, desconfiados. É possível encontrar a Deus por meio da falsidade, do enganar e das artimanhas da mente? O fato de você colecionar todos os livros sagrados e os diversos símbolos de Deus, indica que você é uma pessoa religiosa? De modo que a religião não é uma fuga a respeito dos fatos; a religião é compreender o fato do que somos em nossa existência cotidiana: a maneira como falamos, o tipo de conversas que sustentamos, o modo como nos dirigimos aos nossos empregados, como tratamos nossa esposa, a nossos filhos e vizinhos. No entanto, como não compreendemos a relação com nosso próximo, com a sociedade, com a nossa esposa e nossos filhos, tem que haver confusão; a mente confusa, faça o que fizer, só criará mais confusão, mais problemas e conflitos. Uma mente que foge do factual, dos fatos da relação, jamais encontrará Deus; uma mente agitada pela crença não conhecerá a verdade. Porém, a mente que compreende sua relação com a propriedade, com as pessoas, com as ideas, que já não luta mais com os problemas gerados pela relação,  uma mente para a qual a solução não é a fuga, senão a compreensão do amor, só uma mente assim pode compreender a realidade.

Krishnamurti - O Livro da Vida 

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