domingo, 5 de fevereiro de 2012

Mais além de toda experimentação

Compreender o "eu" requer muitíssima inteligência, um estado de intensa vigilância, de alerta, de agudez mental, uma incessante observação para que o "eu" não possa escapulir-se. Como sou muito sério, quero dissolver o "eu". Quando digo isso, entendo que é possível dissolver o "eu". Por favor, seja paciente.

Prontamente digo: "Quero dissolver este "eu", e no processo que sigo para dissolvê-lo, intervém a experimentação do "eu"; em consequência, o "eu" se fortalece. Como é possível, então, que o "eu" não experimente? Pode-se ver que a criação não é em absoluto uma experiência do "eu". A criação tem lugar quando o "eu" está ausente, porque a criação não é um fato intelectual, não pertence a mente, não é autoprojetada; é algo que está mais além de toda experimentação tal como a conhecemos. Pode estar a mente completamente quieta, num estado de não reconhecimento, ou seja, de não experimentação, um estado em que a criação possa ter lugar? Quer dizer, quando o "eu" não está ai, quando se acha ausente. Estou me expressando com clareza ou não? O problema é este, não é verdade? Qualquer movimento da mente, positivo ou negativo, é uma experiência que de fato fortalece o "eu". Pode a mente não reconhecer? Isso pode ocorrer somente quando há completo silêncio, porém, não o silêncio que é uma experiência do "eu" e que, portanto, o fortalece.

Krishnamurti - O Livro da Vida

Participe do nosso grupo no Facebook

Participe do nosso grupo no Facebook
Grupo Jiddu Krishnamurti
Related Posts with Thumbnails

Vídeos para nossa luz interior

This div will be replaced