Se você não tem luz, não pode ajudar outra pessoa a tê-la. Você pode explicar muito claramente ou defini-la em palavras bem escolhidas, mas isso não terá a paixão da verdade.
Krishnamurti - A Arte de Aprender - Terra Sem Caminho - Página74
Só a Verdade pode libertar-nos. A compreensão apenas pode vir quando não estamos seguindo alguém, quando não existe a autoridade de espécie alguma - seja a autoridade da tradição, seja a autoridade dos livros, do guru, da nossa própria experiência. Nossa experiência é resultado de nosso condicionamento, e tal experiência não pode ajudar-nos a descobrir o que é a Verdade.
krishnamurti - Autoconhecimento - base da sabedoriaDeus pode ser conhecido? Deus pode ser achado? Deus é uma coisa que anda perdida e que temos que achar? Pode-se reconhecer aquela Realidade, aquele Deus? Se podeis reconhecê-la, então já tendes conhecimento dela; e se já tendes conhecimento dela, não é coisa nova. Se sois capaz de conhecer Deus, a Verdade, essa experiência gerada pelo passado, e por conseguinte já não é a verdade e, sim, meramente, uma "projeção" da memória. A mente é produto do passado, do conhecimento, da experiência, do tempo; a mente pode criar Deus; ela pode dizer: "sei que isto é Deus", "sei que tive a experiência de Deus", "sei que há Deus, a voz de Deus me fala". Mas isso é só memória, - a antiga reação do vosso condicionamento. A mente pode inventar Deus e pode experimentar Deus. A mente que é resultado do conhecido pode "projetar-se" e criar toda a sorte de imagens e visões; tudo isso, porém, se acha na esfera do conhecido. Deus não pode ser conhecido. Ele é totalmente desconhecido. Não pode ser experimentado. Se o experimentardes, já não é Deus, a Verdade. Só quando não há "experimentador" e não há "experiência", só então pode a Realidade aparecer. É só quando a mente se acha no "estado desconhecido" que pode surgir o desconhecido. Só depois de se apagar toda experiência, todo conhecimento, está a mente verdadeiramente tranqüila, silenciosa, e nessa tranqüilidade, que é imensurável, nessa tranqüilidade, nasce Aquilo que não tem nome.
Krishnamurti - As Ilusões da Mente
Temos de compreender muito claramente esta ideia de que através de um método, de um sistema, ou do ajustamento a certo padrão ou tradição, a mente é capaz de descobrir essa Realidade. Podemos ver como isso é absurdo, seja importado do Oriente ou inventado aqui no Ocidente. Método implica conformismo, repetição; sugere que alguém alcançou uma certa "iluminação", que manda: "Faz isto, não faças Aquilo". E nós, que estamos ansiosos por atingir essa Realidade, seguimos, conformamo-nos, obedecemos, praticamos aquilo que nos disseram, dia após dia, como se fôssemos máquinas. Uma mente embotada e insensível, que não é muito inteligente, é capaz de praticar um método tempo sem fim; vai-se tornando cada vez mais insensível, estupidificada. Terá a sua própria "experiência" dentro dos limites do seu próprio condicionamento.
Krishnamurti - As Ilusões da Mente
Temos de compreender muito claramente esta ideia de que através de um método, de um sistema, ou do ajustamento a certo padrão ou tradição, a mente é capaz de descobrir essa Realidade. Podemos ver como isso é absurdo, seja importado do Oriente ou inventado aqui no Ocidente. Método implica conformismo, repetição; sugere que alguém alcançou uma certa "iluminação", que manda: "Faz isto, não faças Aquilo". E nós, que estamos ansiosos por atingir essa Realidade, seguimos, conformamo-nos, obedecemos, praticamos aquilo que nos disseram, dia após dia, como se fôssemos máquinas. Uma mente embotada e insensível, que não é muito inteligente, é capaz de praticar um método tempo sem fim; vai-se tornando cada vez mais insensível, estupidificada. Terá a sua própria "experiência" dentro dos limites do seu próprio condicionamento.
Krishnamurti
Muitas vezes, no intuito de ensinar, alguns instrutores vendem ensinamentos de outros - sejam esses ensinamentos adquiridos através de livros, palestras, cursos etc.- como se fossem seus. Ou seja, reproduzem a experiência alheia, comportando-se como o autêntico experimentador. Abriu mão da própria experiência, apropriou-se de um conhecimento de segunda mão e passa a ensiná-lo. Nesse plágio, os ensinamentos passam de mente em mente, como se viessem do último instrutor. Isso não passa de viagens imaginárias. Só uma mente inocente e silenciosa é capaz de absorver e expressar o inimaginável. Como estudantes e inquiridores de nós mesmos, precisamos estar cônscios dessas manobras mentais na busca da auto-afirmação e da segurança psicológica. Pois, essas coisas impedem a reta percepção e o correto pensar.
Krishnamurti
Uma revolução em toda a psique do homem não é realizável por meio da vontade, que é desejo, determinação, por meio de um plano de vida conducente à paz. Ela só é possível quando o cérebro pode estar quieto e ao mesmo tempo ativo, para observar sem criar imagens de acordo com sua experiência, conhecimentos e prazer. A paz é essencial, porque só na paz pode o indivíduo florescer em bondade e beleza. Essa possibilidade só existe quando somos capazes de escutar o todo da existência, com todas as suas agitações, aflições, confusão e angústias - escutá-lo, simplesmente, sem nenhum desejo de alterá-lo. O próprio ato de escutar é a ação que operará a revolução.
Krishnamurti
O homem está excessivamente ávido e ansioso para experimentar algo que ainda não conhece... Queremos ver algo misterioso, mas não vemos o imensurável mistério do viver, do amor pela vida. Não vemos isso e esbanjamos tempo em coisas que não têm a menor importância.
Krishnamurti - Nossa Luz Interior - Ed. AgoraAssim, que buscamos nós? Que deseja o homem? Ele vê o que é sua vida - tédio, rotina, um campo de batalha, luta constante, nunca um momento de paz, a não ser, talvez, ocasionalmente, por meio do sexo ou de outra coisa. Daí conclui que a vida é transitória, a vida é mutável e, portanto deve haver uma coisa superior e permanente; essa permanência ele deseja, deseja algo diferente de mera rotina física, da mera experiência de cada dia. A essa coisa ele chama "Deus". Conseqüentemente, crê em Deus; e todas as imagens e ritos baseiam-se nessa crença. A crença é produto do medo. Se não há medo, podeis ver a folha, a árvore, o céu estrelado, a luz, os pássaros... Há, então, beleza, e, por conseguinte, bondade; e onde está a bondade, aí se encontra a Verdade.
Krishnamurti - O Novo Ente Humano - ICK