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..........Quando você de verdade se dá conta, quando é intensamente consciente, não fica nenhum resquício do movimento inconsciente oculto. Não há separação entre o interno e o externo.
..........Falamos de dar-se conta de verdade, não de dizer:
.........."Bem, me dou conta, porém, não gosto desta camisa. É demasiada berrante."
..........Isto me disse alguém está manhã. Assim, que significa nos darmos conta de verdade, sem escolher? Porque se não se dá conta sem escolha... Você não está atento, compreende? Dar-se conta sem escolher é atenção. Não atenção cultivada, um "devo atender",... Senão, o começar a dar-se conta das árvores, as aves, os balões que se elevam sobre as montanhas, a luz que banha as nuvens, o entardecer, o resplendor da lua... O observar e observar. Dar-se conta de tudo isto e da reação de si mesmo a isso, sem responder, sem escolher:
.........." Isto eu gosto; aquilo não. Isto é meu; isto, de você".
..........Simplesmente dar-se conta sem escolha. E disso nasce a atenção: o entender com os olhos, os ouvidos, os nervos, com todo o ser.
..........Assim, pois, atenção de desatenção são qualitativamente distintas. Quando não há atenção, você escolhe. Não se dá conta, não está atento. E o processo de gravação se coloca em marcha. Se estabelece o velho hábito. Quando há atenção, o hábito se rompe. Compreende? Você o fará? O desfrutar está, não em escutar um montão de palavras, senão em, já sabe, mais que fazer, o descobrir a verdade disto.
Krishnamurti - 1984 - Saanen, Suiça