quarta-feira, 4 de maio de 2011

Confusão

Sem dúvida existe uma alegria. Há uma felicidade real no compreendermos uma coisa, não é verdade? Se compreendo as minhas relações com o próximo, minha esposa, com a propriedade, por cuja causa lutamos, disputamos e nos destruimos - se compreendermos essas coisas, dessa compreensão resulta, por certo, uma alegria; a vida é, então, alegria, riqueza, e com essa riqueza podemos ir mais longe, penetrar mais fundo. Sem essa base, porém, não se pode construir uma grande estrutura, não achais?

A felicidade, afinal de contas, vem naturalmente, facilmente, mas só quando não há atrito nem em nós, nem em redor de nós; e só deixa de haver atrito, quando temos uma compreensão das coisas em suas verdadeiras proporções, nos seus exatos valores. Para se descobrir o que é correto, precisa o indivíduo  em primeiro lugar conhecer o processo, o funcionamento da sua própria mente. Do contrário, se uma pessoa não conhece a sua própria mente, como pode descobrir o exato valor do que quer que seja?

Estamos, pois confusos;  nossas relações, nossas idéias, nossos governos, estão realmente em confusão. O mundo se acha numa desordem medonha, e o mundo é a projeção de nós mesmos. O que nós somos o mundo é. Estamos confusos, num horrível emaranhado de idéias, e não sabemos o que é verdadeiro e o que é falso; e nessa confusão, dizemos: " Por favor, dizei-nos qual é a finalidade da vida, qual a necessidade de toda esta confusão, toda esta miséria? "

Porque estais em confusão, qualquer homem que se torne guia político ou religioso, não passa de expressão da sua própria confusão; e porque seguis o guia, ele se transforma na voz da confusão. Poderá ele tirar-vos de uma determinada confusão, mas não vos ajudará a resolver a causa da confusão, e por conseguinte continuareis confusos; porque, vós criais a confusão, e a confusão está onde vós estais.

A questão, pois, não é como sair da confusão, mas compreende-la; e nessa compreensão encontrareis, talvez, o significado de todas estas lutas, estas dores, estas angústias, esta batalha constante, interior e exterior.

Autor: Krishnamurti

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