Tentemos descobrir se há algum campo de inocência que não tenha sido abrangida pelo pensamento. Descubramos se será possível observar aquela arvore como que pela primeira vez, ou olhar o mundo com toda a sua confusão, tristeza, sofrimento, enganos, brutalidade, desonestidade, crueldade, guerra, olhar toda a concepção do mundo como que pela primeira vez –trata-se de uma questão importante. Nós deixamo-nos conduzir pelas circunstâncias e guiar tanto pelas tendências como pelas inclinações pessoais de modo que jamais chegamos realmente a olhar para "o que é". E olhar isso é inocência. Nesse caso a mente atravessará uma profunda revolução.
A menos que a mente descubra esse campo de inocência, o que quer que empreenda –quaisquer que sejam as reformas sociais, qualquer que seja a actividade, ela será sempre contaminada pelo pensamento, devido a ser um produto do pensamento, que é sempre velho...
Já expliquei o que significa olhar para uma arvore com inocência – é olhá-la sem a imagem que a própria palavra envolve.(...)
Então estaremos sempre diante dos factos, do que é, sem tentar interpretá-lo em termos de inclinação particular ou tendência nem se deixar guiar pelas circunstâncias.
Autor: Krishnamurti - 1967