Você compreende algo e eu não o consigo. Você está condicionado por, perdão, estamos condicionados pela ideia de que alguém pode nos dar esta compreensão, não é verdade? Porém, isso não é realmente assim. Psicologicamente internamente, você depende de alguém? Dizem: "Por favor, ajude-me a libertar-me de minha arrogância". Porém, o relacionar ou ver sua arrogância não necessita ajuda? E na relação de uns com os outros, observo-me a mim mesmo e, nessa observação, descubro que sou arrogante nesta relação mútua; portanto, não dependo de você para que me assina-le a minha arrogância: me dou conta dela. Isto é muito importante, senhor, nada pode me dar a intensidade, o sentido de beleza, você o capta? De modo que estou só, entende? Não isolado de tudo isso; tenho que trabalhar para descobrir e, neste mesmo processo, surge a intensidade. Se descarto a tradição na qual fui educado, quer dizer, a dependência de alguém, se o descarto, tenho que investigar, do contrário, seguirei igualmente perdido; mas, se o descarto terei muita energia e intensidade e então, não dependerei de nada.
Fragmento do vídeo: "O desafio da mudança"